sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Escola

Recentemente estive no IFPB, que foi o colégio no qual estudei meu segundo grau, mas na época ele se chamava ETFPB - Escola Técnica Federal da Paraíba e durante meu ensino médio passou a se chamar CEFET-PB - Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba.

Fui lá para buscar meu diploma de técnico (fiz segundo grau profissionalizante, que durava 4 anos a o invés dos 3 anos habituais). Esse ano completam-se 10 anos que terminei meu curso lá, mas interessante como andar por aqueles corredores, mesmo que alguns tenham sido reformulados, ainda mexe comigo.

Sinto aquele frissom como se a qualquer instante pudesse dobrar numa esquina e encontrar alguém conhecido, mesmo sabendo que além de terem se passados 10 anos, estava em tempo de recesso, ou seja, poucos funcionários e nenhum aluno transitavam pelos corredores.

Meu coração fica apertado, quase sinto vontade de chorar. Chorar um choro de sabe-lá-o-quê, uma alegria e ao mesmo tempo uma tristeza. Constato que minha escola continua lá, mas na maior parte apenas os tijolos são os mesmos, pois minha escola era feita de gente.

Pessoas com quem dividi tantas emoções e momentos. Foi com essas pessoas que comecei a pôr em prática tudo que minha mãe me ensinou. Claro, tenho irmãos, mas foi com essas pessoas que, tirando meus irmãos, aprendi a ser gente. Cada um me agraciou com a sua convivência e era nessa convivência que colocávamos em prática tudo que nos fora ensinado e até o que não havia sido...

E sem contar com a simplicidade vida que levava. Como era fácil ser feliz. Cada dia era uma aventura nova, uma emoção diferente, nunca um dia passava sem gargalhadas, quase histéricas, igual aquelas que vemos os adolescentes soltarem num ônibus, por exemplo. Apesar de ter tido um problema de saúde muito sério, que durou um bom tempo, ainda assim a vida era tão simples, tão cheia de brilho. Era como se fosse um violão com cordas novas, que desafinam um pouco por estarem muito novas, mas em compensação que brilho têm o seu soar.

Nesse dia senti vontade de encontrar alguém da minha turma. Não que tenhamos perdido o contato, na verdade nos encontramos, a maioria, religiosamente uma vez no final do ano, numa festa. Mas senti vontade de encontrar alguém e nesse mesmo dia me ligam dois de meus amigos, pedindo favores, pequenos problemas de adulto, e ajudei-os. Me senti melhor, mas não sai de meu peito aquela época em que nem sequer imaginava o rumo que minha vida e de meus amigos tomaria, uma época de uma doce incerteza, um eterno hoje, sem tantas preocupações, com mais energia, vida nova correndo nas veias.

Pena que o tempo não volta de vez em quando para podermos matar essas saudades, mas espero que todos os alunos do IFPB sintam-se como eu, agraciados por estudar num colégio tão maravilhoso e que depois de anos ainda sintam aquela saudade bonita, uma nostalgia breve e que seus vínculos sejam fortes e duradouros.

Que possam ver seus amigos casar (alguns com certeza casarão entre si) e até ser padrinho de alguns dos casamentos, orgulharem-se dos sucessos uns dos outros, quem sabe ver os filhos de seus amigos lhe chamarem de "tio" ou "tia", conhecer os pais e irmãos de seus amigos...

Vocês, os alunos que hoje estudam n'A Escola, aproveitem o que deixamos para vocês, façam da minha escola a sua, pois a vida é um aprendizado e não terão lugar melhor para aprender certas lições que aí onde estão agora. Tenham orgulho, cuidem desse patrimônio da cidade e da vida de tantos outros que por aí já sorriram, choraram, amaram, perderam noites de sono com prazos de trabalhos, dividiram uma simba na cantina, racharam dinheiro para jogar videogame, torceram nas antigas SEMADECs (Semana Despostiva Cultural), jogaram futsal com professor Dinda gritando, etc.

Continuem fazendo dessa escola um orgulho para nossa cidade e nossas vidas.
Lembrem do legado que vocês agora tem de levar adiante toda vez que cruzarem os corredores desse local sagrado, A Escola

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A busca da verdade


http://www.acasicos.com.br/html/verdade.htm



A verdade é que a verdade está em cada um de nós. Depende de nossas vivências, nosso conhecimento, experiência e bagagem. Cada pessoa possui sua própria verdade, e tudo aquilo em que uma pessoa acredita passa a ser a sua verdade. O que nós não podemos fazer é "parar" no tempo, nos fechar para outras possibilidades e idéias, pois o que hoje acreditamos ser o correto, pode ser provado amanhã o contrário. Na busca intelectual de fatos e verdades, devemos ser honestos com nós mesmos.


"A corrente de ferro da Verdade, que nós (homens) qualificamos de invariável, nos mantém cegos em um círculo vicioso. Tecnicamente pode-se ter razão nos fatos e, no entanto, estar-se eternamente equivocado na Verdade" (Operação cavalo de Tróia 3 - J.J.Benítez). Devemos parar de temer a Verdade. A Verdade é nossa amiga e nossa aliada. "O Homem permanece no recanto das trevas por medo que a luz da Verdade lhe faça ver coisas que desmoronariam as suas conjecturas" (OVNIs: S.O.S. à Humanidade - J.J.Benítez). Na busca intelectual de fatos e verdades, devemos ser honestos com nós mesmos.
"Devemos ter ciência que a Verdade não é propriedade de ninguém, de nenhuma raça. Nenhum indivíduo pode reclamar sua exclusividade. A Verdade é a natureza simples de todos os seres..." (Swami Vivekananda - Mestre Indu)


Bem para mim ficaram umas perguntinhas:



O que é a verdade?
Na minha humilde e modesta opinião é um estado mental. Algumas verdades podem ser corroboradas ou não pelo senso comum, como por exemplo o fato de um jarro estar sobre uma mesa.
Não falo aqui dessas verdades, mas daquelas que são experiências individuais, percepções que por mais que sejam comparadas com as de outrem, nunca chegarão a um denominador comum. Aí temos a verdade totalmente subjetiva. Como exemplo temos a relação de cada um com a sua fé ou (des)crença religiosa. Há aqueles que tentam através do método de comparação transformar verdades subjetivas do indivíduo em verdades coletivas, através de relatos, mas no fundo essas pessoas buscam apenas uma luz que ilumine o SEU mundo, não querem encontrar uma luz que porventura mostre um mundo diferente.

Para que serve essa verdade individual? Realmente não sei... e hoje não sei nem se gostaria de saber, pois não sei mais se quero o risco de achar um ângulo de iluminação muito diferente do que eu tenho. Sempre achei que buscava uma verdade, mas na verdade busquei algo que corroborasse os meus desejos e quando me deparei com a verdade (uma dessas subjetivas, um estado mental, como um insight) foi como um ovo se deparando com um muro, e claro eu era o ovo.

Coloquei esse trecho no início para que cada um pense a respeito e quem quiser comentar que faça, mas pense primeiro se realmente está buscando a verdade ou apenas tentando a todo custo comprovar as suas convicções.

Para mim as verdades mais íntimas são uma crença. Cada qual com a sua.


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Quem vai a shows, procura o quê?

Eu fico me perguntando: O que buscam aqueles que vão a shows?
Lugares onde em geral o som não é de boa qualidade, a gritaria impede de se escutar bem o que está se fazendo em cima do palco. Mas o espetáculo é, ou deveria ser, de música.
Bem, antes de continuar estou falando aqui, nesse momento, de shows mais voltados ao público jovem. Também pode se enquadrar aqui na minha análise os ambientes de boates.
Na minha opinião (que se baseia nos relatos de pessoas conhecidas que costumam ir a esses eventos), o que acontece é simples. O que vemos é que na maioria das vezes não importa sequer a música que será apresentada. A maioria das pessoas vai nesse lugar para pegar ou ser pego por alguém.

É como se no ambiente do show, da boate, da micareta, do baile funk, etc se criasse um vácuo dentro do nosso espaço social do cotidiano. Um lugar onde as regras sociais enfraquecem ou perdem totalmente a validade. Quantas vezes vemos casos de pessoas que se conhecem e durante seu convívio normal não encontram oportunidade para dar aquele amasso que, lá no fundo de suas mentes, é o que tanto desejam?

É como se fosse um momento de fuga de nossos padrões ético-morais. Um lugar onde as tradições e o moralismo estão suspensos. Onde as meninas podem exercer sua sensualidade sem pudor de represálias (como as sofridas pela aluna do vestidinho, na UniBan). Nesse momento-local as máscaras caem e certos impulsos reprimidos podem ser mais facilmente demonstrados. Aí pode tudo, é o bonde, o rala e rola, o rala coxa, o amasso, a patolagem. E assim vemos aquela menina recatada do colégio, ou aquela colega de trabalho soltando a franga.

Não tenho absolutamente nada contra a liberação de certos costumes, que por diversos motivos fazem parte dos alicerces de nossa sociedade. O problema é que precisamos criar certos ambientes, rituais, etc, para podermos nos liberar. Mas no fundo isso deve ter uma razão. Creio que se repentinamente quebrássemos com esses tabus sociais o nosso modo de vida seria muito afetado, o caos nas relações sociais atrapalharia todo o andar da carruagem. Isso tudo devido à nossa incapacidade de andar no caminho do meio. É aquela história, quanto mais reprimido, maior é o alvoroço quando liberto.

Só lamento que com isso percamos a consciência de que certas coisas são muito mais do que somos levados a pensar cotidianamente. Música não é só show, nem é só esfrega-esfrega, nem cinema é só um lugar escurinho para dar uns amassos e por aí vai. Podem ser tudo isso, porém muito mais.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Apagão...



Esse tal de apagão,
quero ver quando vão
direito explicar,
essa tua razão

Teu motivo de ser
Pois eu sei que você
apesar de esconder

De meus olhos a luz
Deixando-me assim
sem o que me conduz

Esconder-se não podes
Pois pernas não tens
E ao nos cegar
mais claro se expõe.

Ante nosso nariz,
Cada um que responde
Ou algo revela
Sempre contradiz.

Com honestidade,
no bem da verdade,
uma real sinceridade
faria a muitos -
muito mais do que muitos -
realmente infeliz

Assim a cada escrutínio
essa grande irmandade
enrola o carretel

Pois a realidade
com tal crueldade
danifica o papel.

Papel de palhaço,
papel de ricaço,
papel de acionista,
também o vil papel.

Assim, há muito interesse
Que adormeça,
dentro de nossa cabeça
essa idéia infantil

Pois no bem da verdade,
o que de fato importa,
é o quanto das "nota",
tal verdade exposta

Faria os "homi" perder.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Expulsão por vestido curto

Me lembrei de fatos recentes em que tentaram proibir certos videogames e RPGs de serem vendidos, pois eles incitariam a transgressão. Estão tentando acabar com um vetor e não com o real problema. Já houve o mesmo tipo de represália aos quadrinhos, a certos livros, certas músicas que eram tidas como satânicas e assim vai. Ou seja, se não for o vídeogame, vai ser o RPG, se não for o RPG vai ser um quadrinho, e não termina nunca.
O problema não está no vetor, mas no doente. Infelizmente haverão pessoas com problemas que poderão ser disparados por qualquer coisa. Assim teríamos de proibir tudo, pois qualquer coisa, numa mente doente, pode gerar um surto psicótico.
Outra coisa interessante notar é que quando isso ocorre, por exemplo, com um filme, ninguém quer proibir OS FILMES, mas apenas O filme que estava envolvido, mas com o RPG, por exemplo, teve um juiz que quis impedir todos os RPGs de serem vendidos. Ou seja, o pau sempre quebra nas costas do menor. E quanto menor for, maior é a tendência é da paulada ser mais forte.

Da mesma forma tentam fazer com a moça do vestido rosa e curto. Tentaram pôr a culpa em algo que per se não é culpado. Isso a fim de livrar uma outra maioria, ou seja, a corda arrebentou do lado mais fraco, de novo.
Só que naquela "universidade" já houve outro caso de vandalismo há um tempo atrás. E por outro motivo. É assim mesmo, para sociopata qualquer coisa pode ser um estopim, depende do momento.
É como se um grupo de violentadores de mulheres fosse inocentado porque a vítima deu-lhe cabimento. Eles não teriam culpa por ela ser tão atraente. E a justiça, por comodidade, punisse a violentada por ser mais viável, pois perderia menos dinheiro prendendo menos pessoas.



sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Novo padrão de plugues elétricos

Quem foi ultimamente em um supermercado procurando uma extensão para resolver um probleminha de falta de fio acabou dando com os burros n'água.
Agora só se encontra extensões no novo padrão aprovado pelo INMETRO, que apesar de prestar bons serviços, dessa vez fez um desserviço ao povo brasileiro, forçando-nos a aceitar um novo padrão que não é usado em lugar nenhum do mundo. Talvez alguns mais ufanistas digam "temos que valorizar o que é nosso...", mas eu digo temos que valorizar o que é nosso, mas pegar o que for bom de fora (a velha idéia do canibalismo cultural. Acho que o pessoal que aprovou essa coisa nunca leu sobre a semana de artes de 1922, mas deixa pra lá).
Agora teremos que comprar adaptadores para usarmos os computadores, as máquinas de lavar, ar-condicionados (esse eu até dispenso). Tudo em nome de uma maior segurança e de uma pequena economia que teoricamente esses plugues irão gerar. No entanto, segundo essa matéria teremos que gastar uma porrada para adaptar as tomadas e nossos eletrodomésticos ficarão consideravelmente mais caros só pelo fato das empresas que exportam terem de criar uma linha exclusiva para o mercado interno e os importadores terão de fazer as adaptações.
E pra melhorar, se algum construtor der uma de ninja e se adiantar, já construindo tudo no novo padrão, certamente o morador terá muitos problemas pois certamente seus eletrodomésticos ainda não estarão alinhados com o novo padrão.
PELAMORDEDEUS, acabaram com os problemas de tomadas que tínhamos e nos deram outro problema pior, pois além de continuarmos tendo problemas com tomadas, teremos também mais problemas no bolso.

mais links




quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Ato Médico

Há um tempo atrás muito se falou sobre o ato médico, com campanhas recolhendo assinaturas pró e contra tal lei.
O que seria? É uma lei que delimita a atuação do médico. Na teoria é muito boa, mas podemos ver que os profissionais de outras áreas só reclamam. Apenas os próprios médicos aparecem como defensores absolutos. Provavelmente há alguma coisa nesse vespeiro.

Há muitas desconfianças de que certos pontos mais controversos têm caráter puramente mercantilista. Alguns fisioterapeutas conhecidos meus dizem, por exemplo, que o ponto que trata sobre a exclusividade da perfuração da pele por médicos (com exceção às injeções) teria a finalidade de tentar restringir aos médicos a aplicação de acupuntura.

Ainda fisioterapeutas e psicólogos podem vir a reclamar da exclusividade do médico na prescrição não só de remédios, mas de tratamento. Como poderia o médico prescrever todos os detalhes de um tratamento fisioterapêutico? Prescrever que técnicas usar, etc se isso é conhecimento de domínio dos fisioterapeutas? O mesmo valeria para psicólogos.

Não quero aqui adentrar demais nas minhas opiniões pessoais sobre a categoria médica, mas essa lei coloca os médicos como os principais responsáveis pela saúde do paciente, tirando responsabilidade de demais profissionais de oturas áreas que estão aí justamente para dividir com o médico a responsabilidade e trabalhar colaborativamente.

Agora, é estranho notarmos como um certo folhetim diário que vai ao ar às 09:00 da noite, oportunamente tem em sua trama um núcleo de médicos, que vive seus dramas existenciais. Notemos também como é enfatizado o sacrifício, o sacerdócio, a dedicação do médico (praticamente um Gandhi), que além de tudo é mal pago, pois todos os médicos do plantão da novela moram numa pensão, como se a maioria dos médicos que conhecemos vivesse na pendura sem condições de sequer alugar um local próprio.

Abram os olhos, nada é por acaso. Quem quiser que compre essa ladainha.
Alguns links para quem quiser dar uma aprofundada no assunto